NADA
NADA
Andei roto, andei nu.
Vesti roupa remendada.
Pisei cardos, sei espinhos.
Percorri áridos caminhos.
Sem nunca alcançar nada.
Passei frio, passei fome.
Dormi em vãos de escada.
Vi desgraças, vi a morte.
Tudo isto me calhou em sorte.
Sem nunca alcançar nada.
Fui ferido, fui magoado.
Mutilado pela espada.
Desprezado sem razão.
E sangrou o meu coração.
Sem nunca alcançar nada.
Abandonado pela vida.
Que agora é acabada.
Como nasci estou de partida.
Sem nunca alcançar nada