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SEARA ALENTEJANA

SEARA ALENTEJANA

 

Searas do Alentejo.

Vestidas d`oiro vos vejo.

Movendo-se, lânguidas ao vento.

Centeio, trigo e milho novo.

Sois o celeiro deste povo.

Que a muitos garante sustento.

 

De costas curvadas a ceifar.

Passando os dias a cantar.

Na jorna que é tão dura.

Como sois lindas, ceifeiras.

Malhando o pão pelas eiras.

Vestidas de alva brancura.

 

Nas costas, pesados carregos.

E as mãos em desassossegos.

Pingando-lhes o suor do rosto.

Mãos que seguram os fardos.

Pés nus pisando os cardos.

Do raiar até ao sol-posto.

 

Searas do Alentejo imenso.

Quando vos vejo, eu penso.

Abençoado seja este chão.

Que não se podendo navegar.

Poder-se-ia comparar.

Ao mar que dá peixe, dando tu pão.

 

Quantas histórias vividas.

No meio de searas erguidas.

De onde germina a semente.

Deus abençoe o Alentejo.

Deus te dê o que te desejo.

Seres celeiro novamente.

INQUERITO
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