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PEITO ABERTO

PEITO ABERTO

Abri o meu peito em vão.

Entreguei-te o coração.

Sem reservas nem maldade.

Fizeste de mim um farrapo.

Ao descobrires que sou fraco.

E que já me pesa a idade.

 

És jovem, bela e formosa.

Tens em ti o nome de rosa.

Mas carregas um fado triste.

Vais envelhecer tal como eu.

Porque esta sina Deus nos deu.

E rirão de ti, como de mim riste.

 

Ao passares por mim na rua.

Pareceu-me ter visto a lua.

Fiz-me grande sendo pequenino.

Cruzaram meus olhos os teus.

E senti no peito, meu Deus.

O amor puro de menino.

 

E este amor sem fim.

Que carrego dentro de mim.

Será teu, mesmo tu não querendo.

Nasceu mas não morrerá comigo.

Ficará guardado, sem perigo.

E viverá, mesmo eu morrendo

 

 

 

Faro, 16/05/2011

INQUERITO
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