RECANTO DAS LETRAS

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SONO DESCANSADO

SONO DESCANSADO

Eu queria estar ditadinho.

Num alvo lençol de linho.

Debaixo do Sagrado chão.

E de mãos cruzadas no peito.

Aconchegado no frio leito.

Sem mágoa, sem dor, sem razão.

 

Com o olhar vazio, vidrado.

Deitem-me lá com cuidado.

P`ra ficar tranquilo e a sós.

Hirto, tal como um penedo.

Rezem por mim, rezem sem medo.

Que ouço e vejo, não me vendo vós.

 

É assim que eu quero ficar.

Junto àquele sagrado altar.

Onde ardem os círios de Deus.

Deixei meus amigos em vida.

Cumprindo uma promessa antiga.

Partir sem vos dizer adeus.

 

Não me chorem que não mereço.

Só uma coisa eu vos peço.

Mandai rezar uma missinha.

Fico assim mais descansado.

Debaixo neste chão Sagrado.

Com o corpo inerte e sem alminha.

 

Porque essa subirá a Deus.

Dando conta dos pecados meus.

Até alcançar a Divina Luz.

Voltarei, quem sabe, um dia.

Vivendo com mais alegria.

Carregando mais leve a minha cruz.

 

Não me culpem por esta fraqueza.

Acaba assim a minha tristeza.

De viver sem paz nem amor.

Vivi esta vida tão vazia.

Que deitado na alcova fria.

Não sinto saudade nem dor.

 

 

Faro, 23/01/2011

INQUERITO
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